São Paulo, 13 de abril de 2020 – Número 21

Murici Ramalho, 64 anos.

Fico no meu apartamento com minha mulher. Só saio um pouco para alguma atividade física onde não tenha ninguém. Nada de aglomeração. Tenho que cuidar de minha saúde e também não quero ser o transmissor do vírus para outras pessoas. Tenho três filhos que estão longe de mim agora. A gente se fala muito pelo Face, mas não é a mesma coisa: não tem abraço nem carinho. Tenho uma netinha de quase três anos e não posso nem abraçá-la. Mas nós todos temos que segurar a onda. Vai passar!

Emerson Leão, 70 anos

Eu sempre me exercitei e aproveito esse momento para fazer trabalhos domésticos. Ajudo a cortar a grama, a limpar a piscina, dou comida para os meus passarinhos, mas eles não estão na gaiola. Estão livres e vêm me visitar toda manhã. É bom assistir esses jogos que as tevês estão reprisando. Bom também para o público mais jovens conhecer os veteranos. E tomar conhecimento do futebol daquela época.

César Maluco, 74 anos.

Eu fico em casa o tempo todo, não tenho ido nem mesmo ao Palmeiras. Perdi dois amigos do futebol recentemente, o Serginho e o João Marcos e nem pude ir ao velório. Está difícil ver televisão sem futebol. Sinto falta também de ir ao Palestra Itália, participar da vida do Clube como sempre participei. Fico em casa assistindo aos filmes e séries da Netflix com dois netinhos que moram comigo. Tenho outros dois, mais velhos, que sempre me ligam e cobram: “Vô, fica em casa. Não sai não, vô. Tá muito perigoso”.

Jornalista Responsável: Mário Marinho. MTB 9325 – Aceesp 130 – mariomarinho@sindbol.com.br