São Paulo, 4 de abril de 2020 – Número 14

Jornalista Responsável: Mário Marinho. MTB 9325 – Aceesp 130 – mariomarinho@sindbol.com.br

Vacine-se. Saiba o por quê.

Como se sabe, ainda não há uma vacina para o novo coronavírus, a covid-19, e a estimativa do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, é de que o imunizante ainda deve demorar pelo menos 18 meses para estar disponível para a população. Nesta semana, cientistas israelenses anunciaram que estão no estágio final de uma vacina oral contra a doença e que os testes em humanos devem começar em 1.º de junho. No último dia 16 de março, cientistas americanos iniciaram o primeiro teste em humanos de uma possível vacina contra o novo coronavírus. Enquanto a vacina não chega, recomenda-se que todos aproveitem a atual campanha de vacinação contra a gripe. Nesta página e na outra, reproduzimos perguntas e respostas feitas pelo jornal O Estado de São Paulo às especialistas Ana Karolina Barreto Marinho e Isabella Ballai. Entenda por que esta vacina contra gripe, mesmo não sendo contra a covid-19, é muito importante e ajuda no controle da atual pandemia. Faça a sua parte. Juntos seremos mais fortes.

Meu filho tem vacinas de rotina para tomar. Devo levá-lo ao posto de vacinação?

Por que a vacina contra a gripe é recomendada durante a pandemia do novo coronavírus?

Ao se vacinar contra a gripe, os grupos de risco evitam as formas mais graves da doença, que podem levar a internações e até à morte. Com menos pacientes infectados pela gripe, o diagnóstico do novo coronavírus também fica menos difícil, porque as duas doenças têm sintomas parecidos. Neste momento, o ideal é que as pessoas evitem as doenças que podem ser prevenidas com vacinas.

Devo tomar a vacina pneumocócica para me proteger contra o coronavírus?

Não, segundo a OMS, as vacinas contra pneumonia, como a vacina pneumocócica e a vacina contra o Haemophilus influenza tipo B (Hib), não oferecem proteção contra o novo coronavírus. Elas não são recomendadas para toda a população, mas aplicadas em crianças com menos de 5 anos, idosos, população indígena, pessoas acamadas e pessoas que vivem com o HIV, têm câncer ou fizeram transplante de órgãos, que podem ser imunizadas nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Meu filho tem vacinas de rotina para tomar. Devo levá-lo ao posto de vacinação?

Até o dia 15 de abril, quando estará ocorrendo a imunização de idosos e profissionais da saúde contra a gripe, a recomendação do Ministério da Saúde é que os pais esperem o fim da campanha para levar as crianças, pois elas e os jovens podem estar com sintomas leves da doença e infectar os idosos, que formam o grupo de risco. Nas regiões com disseminação do sarampo e da febre amarela, as vacinas devem ser aplicadas seguindo critérios para evitar aglomerações.

Como evitar aglomerações ao me vacinar?

Nas filas, as pessoas devem manter uma distância de mais de 1 metro das outras. Algumas cidades, como São Paulo, implementaram o sistema “drive-thru”, com pessoas sendo vacinadas dentro dos carros.

A vacina da gripe protege em algum momento contra o novo coronavírus?

Não. A vacina aplicada neste ano protege contra os três tipos de vírus da gripe que mais circularam no Hemisfério Sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).

Quais vacinas devem ser tomadas pela população?

A maioria das vacinas recomendadas está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Só para as crianças até 10 anos, são 15 imunizantes, entre eles: BCG (que protege contra a tuberculose), poliomielite, pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Há calendários ainda para adultos com doenças crônicas, gestantes e idosos.

Posso tomar vacina se estiver resfriado?

A principal estratégia adotada para evitar a propagação do novo coronavírus é o isolamento social. Logo, quem estiver resfriado ou com sintomas como tosse, febre e diarreia, deve adiar a vacinação por 14 dias para evitar passar a doença para as demais pessoas e os profissionais de saúde.

As vacinas são realmente eficazes?

A maioria das vacinas tem eficácia de mais 95%. As vacinas contra o HPV e o tétano têm 100% de eficácia. Fatores como idade podem interferir na eficácia das vacinas. No caso da vacina da gripe, a eficácia é perto de 90% para as crianças, de 70% para adultos e chega a 40% entre idosos. No entanto, é fundamental que as pessoas que fazem parte do grupo de risco para esta doença sejam imunizadas, como crianças, idosos e gestantes, pois a vacinação protege contra a gripe e evita que os pacientes evoluam para formas graves que podem levar a internações ou à morte.

Faça sua máscara em casa

Se você realmente tiver que sair de casa, siga as recomendações do Ministério da Sáude: use máscara. Antes de mais nada, faça a sua saída no menor tempo possível. O Lugar mais seguro é na sua casa. Como a indústria não consegue fabricar máscaras para todo mundo, estamos mostrando um exemplo bem prático para fazer sua própria máscara. Nele, a médica sugere descartar a máscara após o uso. Entretanto o Ministério da Saúde diz que é possível lavar e voltar a usar a máscara. Portanto, faça duas máscara pelo menos. Lembrando que elas são de uso individual.

Jornalista Responsável: Mário Marinho. MTB 9325 – Aceesp 130 – mariomarinho@sindbol.com.br